Por favor, não me ame não...
É muita responsabilidade para minhas costas estreitas. Se há uma sentença que me mete medo é esta: “eu te amo”. É verdade! Eu iria escrever: “se há uma ‘frase’ que me mete medo”, contudo, preferi usar o termo ‘sentença’. Porque é uma sentença, um castigo, uma chaga ser amado por alguém nestes termos da normalidade social humana . Quando alguém diz que me ama, na grande maioria das vezes, eu me sinto obrigado a retribuir, a ter que arranjar tempo para quem me estigmatizou como um ente amado. Passo a ter obrigação de ser como a pessoa imaginou que eu seja. Passo a ter obrigação de corresponder às expectativas criadas por elas, as que me amam. E , como cada uma delas criam expectativas diferentes, quando somadas, estas expectativas tornam-se tanto maior quanto o número de pessoas que me amam, e por via de consequência, maior é a cruz a ser carregada nesse calvário. A primeira coisa que acontece com a pessoa que passa a me amar é exigir que eu também a ame, e por amá-la, ...