A Menina Ivonete
O sonho Os olhos ardiam. Por vezes, cochilava átimos. João Carlos estava dirigindo a mais de 16 horas consecutivas. Estava perdido. Não tinha a menor noção de onde se encontrava. Mesmo amedrontado, devido ao ermo do lugar, estacionou o veículo junto à cerca de arame farpado da estreita rua de barro. Acendeu as luzes do pisca alerta, desligou o ar-condicionado e dormiu. Sonhando, João Carlos recordou cada detalhe do sobrado da fazenda de cacau construído pelos bisavós no alto da colina. A Casa Grande, como corriqueiramente chamavam, possuía um singular projeto arquitetônico. Vários janelões enfeitados por gradis de ferro harmonizavam com o telhado de beiral saliente. Na entrada principal, pequena escada de mármore, com cinco ou seis degraus, conduzia à varanda onde grandes portas trabalhadas de cedro possibilitavam a entrada para a sala de visitas da casa ricamente decorada. — Lustres de bronze e cristais eram afixados no teto de